Dee Dee Bridgewater - voz
Edsel Gomez - piano
Kenny Davis - contrabaixo
Lewis Nash - bateria
Craig Handy - sax tenor
Detentora de uma voz poderosa e de grande amplitude e, ao mesmo tempo, de uma capacidade histriónica que lhe tem permitido orientar a sua carreira como cantora transversal a todos os públicos, Dee Dee Bridgewater não esconde, no seu estilo, no seu vibrato, no calor das suas interpretações e na forma de se movimentar em palco, a sua paixão pelas actuações em público. Por isso estas faculdades lhe permitem não apenas exercer o seu métier como uma pura cantora de jazz mas também como entertainer de espectro mais versátil com relevo para alguns projectos específicos e de certo impacte espectacular que ultrapassam as fronteiras do próprio jazz, como tem sido patente em inúmeros shows temáticos que tem criado nos últimos anos.
Entretanto, a circunstância de Dee Dee se apresentar no Estoril Jazz num concerto subordinado ao título To Billie With Love: A Celebration of Lady Day leva a depreender que se trata de um projecto bem arreigado ao espírito do jazz e, mais ainda, de uma séria e comovente homenagem a Billie Holiday, um dos vultos maiores da voz feminina no jazz, na sequência aliás do disco que já este ano publicou com semelhante dedicatória: Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie with Love from Dee Dee (Decca, 2010).
Não é de resto a primeira vez que Dee Dee Bridgewater se interessa pela voz inconfundível de Billie Holiday e pela vida dramática daquela que foi um dos maiores ícones do jazz de todos os tempos, pois já representara a vida desta no teatro ao cantar em palco, nos anos 80, a personagem principal do musical Lady Day. Mas neste disco, a cantora não opta por qualquer evocação mais directa da voz de Billie, antes nos propõe uma recriação moderna de algum do repertório mais fascinante da sua homenageada, como Mother’s Son-in-Law, Fine and Mellow, Don’t Explain, God Bless the Child ou Strange Fruit que certamente ouviremos também em palco.
Dee Dee Bridgewater apresentar-se-á no XXIX Estoril Jazz com um quarteto de excelentes músicos, liderados pelo brilhante pianista porto-riquenho Edsel Gomez, respondável pelos arranjos, e ainda constituído pelos pendulares Kenny Davis (contrabaixo) e Lewis Nash (bateria) e pelo caloroso saxofonista-tenor Craig Handy.